(Álvaro de Campos) Nunca conheci quem tivesse levado porrada.Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,Indesculpavelmente sujo,Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,Que tenho enrolado os pés publicamente…
Categoria: Poesia Estrangeira
Veris leta facies
Escrito por Marcela Belo; parte do texto extraído do encarte original do disco Em meio à secularização de 1803, um rolo de pergaminho com cerca de duzentos e cinqüênta poemas e canções medievais do século XIII, chamado Codex Latinus Monacensis , foi encontrado na biblioteca da antiga Abadia de Benediktbeuern, na Alta Baviera. Havia poemas…
Amar – Florbela Espanca
Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui… além… Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente… Amar! Amar! E não amar ninguém! Recordar? Esquecer? Indiferente!… Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente! Há uma Primavera em…
As rosas amo dos jardins de Adonis
Segunda Ode de Ricardo Reis As rosas amo dos jardins de Adônis, Essas volucres amo, Lídia, rosas, Que em o dia em que nascem, Em esse dia morrem. A luz para elas é eterna, porque Nascem nascido já o Sol, e acabam Antes que Apolo deixe O seu curso visível. Assim façamos nossa vida um…
Volta de passeio – Frederico Garcia Lorca
Assassinado pelo céu, entre as formas que vão até a serpente e as formas que buscam o cristal, deixarei crescer meus cabelos. Com a árvore de cotos que não canta e o menino com o branco rosto de ovo. Com os animaizinhos de cabeça rota e a água esfarrapada dos pés secos. Com tudo o…
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